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Costa (no centro), figura bragantina, fez sucesso no rádio paulistano |
Polêmico, assistencialista, demagogo, oportunista ou visionário?
Esses foram alguns dos adjetivos que acompanharam um dos mais controversos
radialistas do Brasil. Opiniões à parte, ele foi um dos principais responsáveis
pela implantação da primeira emissora de rádio de Bragança Paulista.
Na década de 1940, o locutor Pedro Geraldo Costa,
nascido em Bragança Paulista, há muitos anos funcionário da Rádio Excelsior, de
São Paulo, onde gozava de muito prestígio, encampou de vez a idéia de tornar
real a criação de uma rádio em sua cidade natal.
Nas constantes visitas à Bragança, Costa sempre
confidenciava aos amigos a intenção de viabilizar a instalação de uma emissora
na cidade. Acredita-se que a sua intenção não era motivada apenas pela paixão
pelo rádio, mas também pela visão empreendedora, visto que Bragança tinha uma
população com poder aquisitivo e um comércio pujante na época.
Esse teria sido o principal argumento utilizado por Costa
para convencer o então presidente da Rádio Excelsior, José Rodrigues Caldeira,
a encarar a idéia da emissora bragantina.
O passo decisivo para concretizar o sonho foi dado em
24 de junho de 1945, quando Costa trouxe à Bragança Paulista o presidente da
Excelsior e diversos outros empreendedores paulistanos. Talvez para mostrar a
grandeza da cidade e impressionar os visitantes, um verdadeiro banquete foi
preparado no Hotel Carvalho. As pessoas mais influentes da sociedade bragantina
estiveram presentes. A estratégia surtiu efeito imediato. No mesmo dia, em um
dos cartórios da cidade, foi firmado o contrato da nova empresa Rádio Bragança
Ltda. O empreendimento tinha como sócios, além de Costa, o também bragantino
Florivaldo Brandi e os paulistanos Lanes Laio Moor Oliveira e Arnaldo Rocha. A
notícia foi destaque na mídia impressa local. O sonho da emissora bragantina
estava próximo de se tornar real.
Logo em seguida, no Rio de Janeiro, então capital do
Brasil, Pedro Geraldo Costa e José Rodrigues Caldeira iniciavam os contatos
junto ao Governo Federal para concessão do prefixo. Uma espécie de
abaixo-assinado foi anexada aos documentos, para demonstrar a aprovação do povo
bragantino ao empreendimento.
Em 6 de outubro de 1947, a estação estava pronta para
realizar o primeiro teste e irradiar pela primeira vez. Em 17 de abril de 1947,
finalmente era destinado um prefixo para a estação de rádio de Bragança
Paulista. A emissora recebeu o prefixo ZYM-9 e operaria em 1.570 quilociclos,
mas ainda não estava pronta para operar definitivamente.
Com a estrutura física pronta, Pedro Geraldo Costa
trouxe então à Bragança diversos funcionários da Rádio Excelsior para explicar
à equipe da Rádio Bragança a rotina e o funcionamento diário de uma estação de
rádio. O dia 30 de abril de 1948, uma sexta-feira, foi definido como o dia da
esperada inauguração.
Curiosamente, Pedro Geraldo Costa, o principal
responsável pelo surgimento da emissora, não ocupava nenhuma função na direção.
Ele visitava a emissora todas as quartas-feiras, dia em que tinha folga na
Rádio Excelsior. Durante as visitas, costumava apresentar o Momento da Ave Maria,
como fazia na Excelsior.
“Pedro da pedra”
Pedro Geraldo Costa nasceu em Bragança Paulista, dia
22 de junho de 1920. Desde muito jovem tornou locutor e marcou época no rádio
paulista no comando do programa “A hora da Ave-Maria”, na extinta Rádio
Nacional de São Paulo.
O programa ia ao ar diariamente, às 18h00 horas. O
locutor costumava pedir aos ouvintes para colocarem um copo com água em cima do
rádio. O líquido se tornaria milagroso e teria poderes de cura de doenças.
Organizou diversos eventos em São Paulo. Em um deles, na década de 1950, a
bordo de um avião, jogou milhares de rosas no vale do Anhangabaú, em homenagem
a Nossa Senhora Aparecida.
Criativo, foi o autor da propaganda do Óleo Maria. “Maria
sai da lata que a lata tem barata”!
Costumava ir a todos os programas da TV Paulista (canal 5) das
organizações Victor Costa. Sempre que aparecia na televisão, estava com gravata
do avesso e com um paralelepípedo na mão. Dizia carregar o paralelepípedo
porque era o Pedro da Pedra, e a gravata virava do avesso apenas para deixar a
todos curiosos por querer saber, o que estava do outro lado.
Através do rádio, ajudava as pessoas com alimentos e
remédios através do Quartel do Povo e da Farmácia do Povo, localizados na rua
da Consolação. Essa atuação assistencialista o fez ser eleito vereador em São
Paulo e deputado estadual. Foi ainda candidato a prefeito da capital, mas obteve
apenas a quarta colocação nas eleições de 1965, com 99.647 votos. Sua principal
proposta de governo era de que ia construir um hospital sem o dinheiro da
Prefeitura. Cada andar teria o nome de um país. Planejava obter doações dos
imigrantes de cada país homenageado para a construção.
Apesar de ser considerado o mais caricato dos candidatos,
foi mais votado do que nomes como Paulo egídio Martins e Franco Montoro. O
eleito foi José Vicente de Faria Lima.
Talvez
por uma ironia do destino, morreu em 15 de novembro de 1990, dia de eleição,
aos 70 anos de idade.
conheci tiú pedro pessoa maravilhosa..
ResponderExcluircaipira Barnabé
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirshow,a escola dos meus filhos leva o nome dele ,nós nem sabiamos que era um radialista.
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